viernes, 28 de febrero de 2014

AMAZONIA DESMATADA


 AMAZÔNIA DESMATADA JÁ É O TRIPLO DA ÁREA DE SP
Imagem elaborada com base em dados obtidos por satélites para o sistema Prodes (Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. (Licença Creative Commons 3.0)
Devastação florestal acumulada na região dobrou entre 1988 e 2013, alcançando uma extensão equivalente também à metade do estado do Amazonas e ao triplo do Reino Unido.
Na semana passada, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que os desmatamentos na Amazônia brasileira de agosto de 2013 e janeiro de 2014 caíram 19% em relação ao mesmo período de 2012 a 2013. Baseada em dados do sistema Deter (Desmatamento em Tempo Real), que são obtidos por satélites para apoiar ações de fiscalização e controle de degradações de diversos tipos, essa boa notícia não vale para Mato Grosso, onde a devastação aumentou, como bem destacou o jornalista Marcelo Leite em seu comentário “Mato curto e grosso“, na edição de domingo da Folha de S. Paulo.
Mas outra má notícia sobre a Amazônia é a da extensão de seu desmatamento acumulado, que passou de 377,6 mil km2 em 1988 para 759,2 mil km2 em 2013. Essa superfície corresponde aproximadamente à metade do estado do Amazonas (1,57 milhão de quilômetros quadrados) e ao triplo da área do estado de São Paulo (248,2 mil km2), que é pouco maior que a do Reino Unido (243,1 mil km2).
Divulgação seletiva
Esses dados de desmatamentos acumulados não têm sido anunciados pelo governo, mas podem ser obtidos do sistema Prodes (Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite). Realizado sistematicamente desde 1988 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), esse sistema também emprega imagens de satélites, mas detecta apenas desflorestamentos do tipo “corte raso”, e não de devastações de diversos tipos, como as registradas pelo Deter.
Apesar de sua magnitude, o desmatamento bruto acumulado da Amazônia não tem sido divulgado pelo governo, a não ser em séries anuais que começam em 1988, mas sem mostrar sua situação naquele ano. O dado de 377,6 mil km2 está no relatório do Prodes de 1990-1991.
Tempos agitados
Em 1988 foram concluídos os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, iniciados no ano anterior. A devastação da Amazônia se intensificou nesse período, pois estavam sendo construídos princípios constitucionais para fortalecer a legislação ambiental, inclusive com previsão de sanções penais e ações de responsabilização civil para danos ao meio ambiente. Naqueles anos, cosmonautas soviéticos a bordo da estação espacial Mir ficaram impressionados com as grandes queimadas amazônicas que eram visíveis para eles a olhos nus. Muitas delas ocorreram em áreas agrícolas, mas o próprio Inpe reconheceu que 40% da extensão atingida por esses incêndios era coberta por florestas.
Acusações de omissão em relação à Amazônia, feitas por governantes de outros países e por entidades internacionais, puseram o governo brasileiro na defensiva. Os estudos sobre os desmatamentos da Amazônia até 1988 foram feitos em 1989, último ano da gestão do presidente José Sarney (PMDB). Foi um período muito complicado e tenso dessa linha de pesquisa no Brasil. Mas isso será assunto para outro artigo. TOMADO DE UNIVERSIDAD  CIENCIA Y AMBIENTE 

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